MUDAS

A Fazenda Pau D´Alho comercializa mudas de Grama Bermuda de diversas variedades. Após realizar ensaios com variedades de Bermuda (Cynodon dactylon), a Fazenda Pau D’Alho selecionou as que apresentaram melhor desempenho nas mais variadas condições de solo e clima.
O resultado deste manejo diferenciado pode ser comprovado pela qualidade bromatológica do feno produzido e comercializado pela Fazenda Pau D’Alho.

VARIEDADES COMERCIALIZADAS:
As variedades que apresentaram melhor performance nos testes realizados em Tietê e outros municípios do Estado de São Paulo, foram escolhidas para serem comercializadas com a seguinte denominação:
Tifton85
Florakirk
Jiggs
Russell
Coastcross II 

Outras variedades testadas:
Variedades que apresentaram um desempenho inferior ou novas introduções são mantidas na Fazenda para observações:
Cheyenne
Tifton 68
Tifton 78
Tifton 9

Cultivares de Grama Bermuda

• Tifton 68 : obtido na Estação Experimental de Coastal Plain, Georgia, apresenta crescimento muito vigoroso e alta digestibilidade. Comparado ao Coastal e ao Coastcross, apresenta porte superior, folhas mais largas e mais longas, hastes grossas e macias, brotação avermelhada e vigorosa. Em nossas condições, observou-se menor resistência ao frio e susceptibilidade à cigarrinha das pastagens quando comparado ao Tifton 85. Na América do Norte, apresenta melhor adaptação nas regiões mais quentes como o sul do Texas e norte do México. Gramínea rústica, resistente ao pisoteio, produz feno em maior quantidade e de melhor qualidade do que o Coastal. Apresenta boa adaptação em solos de baixa fertilidade.

• Tifton 78. : lançado em 1984 pelo USDA-ARS, em Tifton, Georgia, foi considerado o melhor híbrido selecionado de vários cruzamentos feitos entre o Tifton 44 e o Callie. Comparado ao Coastal, o Tifton 78 cresce mais alto, possui talo mais largo e um sistema de rizomas similar, espalha-se mais rápido, é mais fácil de ser propagado e inicia o crescimento mais cedo na primavera. Em experimentos realizados em Tifton, este híbrido produziu 25% mais matéria seca do que o Coastal e, aproximadamente, 7.4% a mais de digestibilidade. Sendo menos resistente ao frio do que o Tifton 44, é recomendado para o plantio no sul do Estado da Georgia. No Texas, a produção de forragem, nos poucos experimentos realizados, foi similar ao Coastal, entretanto, a qualidade da forragem foi superior. Possui resistência ao frio inferior ao Coastal (observações realizadas nos Estados do Texas e Mississipi).

• Tifton 85. : lançado em 1992 pelo USDA-ARS em Tifton, GA, é um híbrido obtido do cruzamento entre o Tifton 68 e uma planta introduzida da África do Sul (PI 290884). Comparado a outros híbridos de grama Bermuda, como o Coastal, Tifton 44 e Tifton 78, o Tifton 85 é mais alto, possui hastes maiores, folhas mais largas e coloração verde mais escura. Possui rizomas porém menos que o Tifton 44. Possui produtividade superior e maior digestibilidade relativa quando comparado aos outros híbridos de grama Bermuda. Mesmo apresentando menor resistência ao frio do que o Tifton 44 e o Coastal, tem sobrevivido a temperaturas de até -16°C em testes no sudeste dos Estados Unidos. Para as nossas condições, tem se comportado bem com relação ao frio de 94 e às estiagens de 94 e 95. Apresentou, também, maior resistência ao ataque de cigarrinha quando comparado ao Coastcross e ao Tifton 68. Com relação ao teor de proteína, os resultados obtidos foram superiores aos teores encontrados no Coastcross, Transvala e Rhodes, entretanto, similares ao Tifton 68.

• Florakirk: híbrido lançado em 1994 pela Florida Agriculture Experiment Station, é o cruzamento invertido do Callie com o Tifton 44 (pais trocados do Tifton 78). Florakirk é uma grama resistente ao frio e menos susceptível à ferrugem (mesmo assim, Helminthosporium spp. tem sido observado nessa cultivar). Sua persistência, na Florida, foi bem maior do que o Tifton 78, principalmente em solos mal drenados. Sua tolerância a solos mal drenados é superior aos demais híbridos de grama Bermuda. Em nossas condições, apresenta melhor comportamento do que o Tifton 78, apresentando crescimento vigoroso, hastes médias de coloração avermelhada, folhas longas e coloração verde normal.

• Jiggs: trata-se de uma cultivar de grama Bermuda selecionado por um fazendeiro do leste do Texas chamado J.C. Riggs. Atualmente, mais de 5.000 acres estão plantados com Jiggs ao longo da Costa do Golfo (TX). Observou-se que o Jiggs forma pastagens mais rápido e possui melhor performance que o Coastal, principalmente em solos argilosos. É muito bem adaptado às condições do Texas. Encontram-se alguns dados contraditórios a respeito da adaptaçào do Jiggs. Em testes realizados em solos de baixa fertilidade, o Jiggs foi superior ao Tifton 85. Em nossas condições, observamos que o Jiggs é uma grama rústica, tendo suportado bem os períodos de estiagem, apresentando crescimento superior às demais cultivares de grama Bermuda durante esses períodos. Seu crescimento em solos arenosos de baixa fertilidade foi superior ao Tifton 85.

• Coastcross 2 : obtido na Estação Experimental de Tifton, Georgia, em 2005, através de uma doação de Dr. Wayne Hanna, pesquisador da Universidade de Georgia em Tifton, Georgia, E.U.A., o Coastcross 2 apresenta crescimento muito vigoroso e alta digestibilidade. È da espécie Cynodon dactylon, e suas folhas são mais finas e mais macias em comparação ao  tradicional Coastcross 1.  Aqui na Fazenda Pau D álho, observou-se que o Coastcross 2  apresenta menor susceptibilidade a cigarrinhas de pastagens e ferrugem, em comparação ao Tifton-68. Em nossas condições, observou-se maior resistência ao frio e seu crescimento continua vigoroso durante o inverno, tendo suportado bem os períodos de estiagem.

• Russell : trata-se de um híbrido espontâneo, muito provavelmente de Callie com Bermuda Comum que surgiu sobre um campo de Callie morto pelas geadas no inverno rigoroso do Alabama. Em experimentos conduzidos no Alabama e Louisiana, constatou-se que a Russell Bermuda possui potencial de produção similar ou superior às demais variedades híbridas de grama Bermuda.
  Como característica, ela é mais baixa do que a maioria das variedades híbridas (internódios mais curtos), porém, é mais densa e, como consequência disso, é mais produtiva. A Russell Bermuda forma uma camada vegetativa densa sobre o solo, permitindo um maior número de animais pôr unidade de área e, também, exerce proteção contra a erosão do solo. Possui maior tolerância a condições de baixa umidade do solo quando comparada com a Coastal Bermuda e menor período de dormência, iniciando o crescimento mais cedo do que as demais após o inverno. A Russell Bermuda também apresenta tolerância ao frio, sendo essa uma de suas principais características.

• Cheyenne: Segundo a literatura, possui maior tolerância ao frio comparada às demais variedades de Bermudagrass. Nos primeiros testes conduzidos a nível de campo na Fazenda Pau D’Alho apresentou um índice de crescimento inferior às demais.

• Tifton 9: A Bahiagrass, vulgarmente conhecida como grama Pensacola no Brasil, é um tipo de grama propagada pôr sementes. Comparado ao Pensacola, o Tifton 9 é mais alto e mais vigoroso. Pôr se tratar de uma semente que apresenta dormência, o índice de germinação foi baixo e desuniforme. Além disso, pôr se tratar de uma grama propagada pôr sementes, houve dificuldade em controlar plantas invasoras. Após um período de, aproximadamente, 3 anos, pôde-se observar que sua persistência foi baixa. Em áreas localizadas nos municípios de Cesário Lange e Avaré, os problemas foram muito similares.

Experiência em Pastagens na Fazenda Pau d’Alho

Diversas variedades de Bermudagrass e Bahiagrass foram introduzidas na Fazenda Pau d’Alho, em Tietê, Estado de São Paulo, para avaliar quais seriam as melhores alternativas para as condições de clima e solo da região. Algumas introduções mostraram-se superiores e novas variedades continuam, freqüentemente, sendo avaliadas.

A Bahiagrass, vulgarmente conhecida como grama Pensacola no Brasil, é um tipo de grama propagada pôr sementes. Com o lançamento da variedade Tifton 9 na Georgia, EUA, houve um interesse em introduzir esse material no Brasil devido às suas qualidades muito superiores à Pensacola comum. Comparado ao Pensacola, o Tifton 9 é mais alto e mais vigoroso. Em 1993, introduziu-se essa variedade na Fazenda Pau d’Alho. A primeira observação foi o índice de germinação das sementes. Pôr se tratar de uma semente que apresenta dormência, o índice de germinação foi baixo e desuniforme. Além disso, pôr se tratar de uma grama propagada pôr sementes, houve dificuldade em controlar plantas invasoras. Após um período de, aproximadamente, 3 anos, pôde-se observar que sua persistência foi baixa. Hoje, o campo de Tifton 9 da Fazenda Pau d’Alho está completamente tomado pôr invasoras e variedades de Bermuda que se encontram próximas ao campo. Em áreas localizadas nos municípios de Cesário Lange e Avaré, os problemas foram muito similares.

A segunda tentativa de encontrar uma variedade de alta qualidade propagada pôr sementes foi a grama Bermuda comum. Apesar de apresentar um índice de germinação muito alto, o vigor das plantas não foi suficiente para vencer a concorrência com outras plantas invasoras. Em campos formados com Bermuda comum, a produtividade é bem inferior às variedades de Bermuda selecionadas. Como características, a Bermuda comum apresenta uma altura bem inferior a qualquer outra Bermuda selecionada, não apresenta boa cobertura de solo, apresenta folhas e talos finos e baixa taxa de crescimento.

Uma das primeiras variedades implantadas na Fazenda Pau d’Alho foi o Tifton 68. A princípio houve muito interesse pôr essa variedade devido ao seu vigor e teor de proteína, superior ao Coastcross e Estrelas. Entretanto, a variedade mostrou-se muito sensível às geadas e ao ataque de cigarrinhas. Em pastagens para eqüinos, o Tifton 68 exige roçadas periódicas pois os animais possuem um hábito seletivo de pastoreio e, com isso, os piquetes não são aproveitados eficazmente. O Tifton 68 não possui uma cobertura de solo satisfatória e não tolera sobre carga de animais.

O Tifton 85 foi implantado pouco tempo depois do Tifton 68 e foi muito bem recomendado, sendo considerado como um dos melhores híbridos desenvolvidos na Estação Experimental de Coastal Plain, em Tifton, Georgia. Nas nossas condições, o Tifton 85 mostrou-se superior ao Tifton 68 e ao Coastcross (considerado padrão de comparação de gramas Bermuda no Brasil). Verificou-se uma maior tolerância ao ataque de cigarrinhas e a geadas. Entretanto, o período de dormência do Tifton 85 é tão longo como em outras variedades e, com isso, a taxa de crescimento no inverno é bem menor do que no verão. Mesmo com esse problema, o Tifton 85 ainda é recomendado num esquema de diversificação de pastagens, conceito desenvolvido e divulgado pela Fazenda Pau d’Alho.

Após a introdução do Tifton 85, iniciaram-se os trabalhos de busca de variedades que pudessem ter uma performance igual ou superior ao Tifton 85. A variedade escolhida foi o Tifton 78, entretanto, os resultados obtidos foram desanimadores pois o Tifton 78 mostrou-se inferior ao Tifton 68 e ao Tifton 85 em todos os sentidos.

Seguindo os trabalhos de seleção de variedades com potencial de adaptação, implantou-se o Florakirk que é um híbrido com o pedigree do Tifton 78 invertido. Surpreendentemente, o Florakirk mostrou-se superior inclusive ao Tifton 85. Em grande parte das regiões onde vem sendo implantado em conjunto com o Tifton 85, o Florakirk tem apresentado melhores resultados. Além disso, o Florakirk suporta melhor terras úmidas e períodos curtos de encharcamento comparado às demais variedades.

Uma das últimas introduções foi o Jiggs. Em todos os testes realizados até o momento, o Jiggs se mostrou superior a todas outras variedades. O Jiggs é uma variedade selecionada no Texas e apresenta algumas características muito interessantes para as nossas condições. O Jiggs foi a variedade mais bem estudada antes de se decidir implantá-la no Brasil. Tendo em vista que a maioria dos nossos solos apresentam-se ácidos e nosso inverno é frio e seco, optou-se em introduzir uma variedade que pudesse corresponder com essas características. Ao contrário do que ocorreu com as variedades anteriores, o Jiggs chegou ao Brasil com um alto potencial de adaptação. Após sua implantação na Pau d’Alho, as expectativas foram confirmadas e, hoje, consideramos como a melhor variedade para as condições da Fazenda Pau d’Alho.

Em um teste comparativo utilizando as três variedades que apresentaram melhores resultados na Fazenda, o Jiggs apresentou 100% de cobertura do solo comparado aos 85 e 75% de cobertura do Florakirk e Tifton 85, respectivamente (utilizando-se o mesmo espaço de tempo).

A produção de feno também foi superior em todos os testes realizados na Pau d’Alho como pode-se observar na tabela abaixo.

_{* dados em kg de feno pôr hectare.}

O total de feno colhido na área acima mencionada foi de 31700 kg/ha de Jiggs, 20467 kg/ha de Florakirk e 20467 kg/ha de Tifton 85. Em testes realizados em outras regiões, os dados são muito semelhantes.